quarta-feira, 23 de setembro de 2009

III BH INDIE MUSIC - RELATÓRIO DA SEGUNDA SEMANA

A segunda semana do III BH Indie Music realizou 24 shows em 7 espaços diferentes de quarta a domingo.

E começou na quarta-feira, n'A Obra, com duas bandas locais recebendo a banda Blinders That Came From Your Old Town, do Rio Grande do Norte.

QUARTA-FEIRA N'A OBRA

Cheguei esbaforida n'A Obra e a Blinders já estava passando o som.

A banda tinha chegado no dia anterior à BH e os meninos já pareciam bem à vontade na cidade. Só lamentavam não terem tido tempo de confeccionar nenhum disco para trazerem pro Festival. E, minutos antes do seu primeiro show no III BH Indie Music, a falta de um CD da banda, ainda martelava a cabeça do Blinders.

Das bandas de BH, Demonlays começaria a segunda semana do festival na Obra.
Por mais que eu tenha montado as agendas minuciosamente, me atendo a detalhes como bandas de BH que nunca pisaram no palco do "inferninho", não me lembrava que este era o caso da Demonlays.

O show começa e o nervosismo da banda exala com o calor do espaço. A estréia de Marllon, Cleber e Rafael no palco mais temido do underground mineiro tinha sua razão em ser tão emocionante e estressante, ao mesmo tempo. Todos nós, macacos velhos do alternativo de BH, temos sensações confusas quando tocamos n'A Obra. Ao final do show falamos: "O show foi bom.", como se tivéssemos sobrevivido à uma avalanche, ilesos. Às vezes não. Porque o público da Obra nos engole à cada gole.

A voz de Marllon embargava, a bateria de Rafael parecia avessa. Depois constatamos que ele é canhoto e não posicionou o instrumento adequadamente - nervosismo. O único que parecia estar alheio a tudo era o baixista Cleber. E a banda seguiu porque ele conseguiu disfarçar seu medo muito bem.

A Demonlays pisa, pela primeira vez, na Obra e registra sua passagem no seu álbum de fotos.


A segunda banda a entrar no palco era a Blinders. Não, não é preguiça em digitar os 23 caracteres restantes do nome da banda. Depois de posicionar o nome nos e-flyers - coisa que me deu uma puta dor de cabeça (rs), já posso chamá-los pelo diminutivo.

Fizemos um sorteio de convites para os shows das Quartas e não decepcionamos a banda com o público presente.

Começa o show da banda que sabia muito bem porque estava pegando a estrada rumo ao Sul - todos merecemos ouví-los e sua música tem o dever de viajar além dos sertões.


Alguns na platéia me perguntavam se a banda era realmente de Fortaleza.
- Sim. - respondia. São gringos...

E o sotoque no intermeio de cada canção, quando agradeciam a atenção e os aplausos da platéia, denunciava as origens daquela psicodelia folkeada.

O Brasil estava presente e representado no III BH Indie Music, graças à coragem de quem saiu da garagem das suas casas para aportarem nas montanhas de Minas. Blinders That Came From Your Old Town foi o exemplo da música independente nacional, esta semana.

Por fim, subiu ao palco Consciência Suburbana, a banda do Gilmar.
Já não tínhamos mais o Marco Antônio para fotografar mais eis aqui a narração.

A banda estava prevista para iniciar a noite, mas Gilmar, em fato inédito, desde de que o conheço, chega atrasado.
A banda entrega todo o repertório conhecido, o 4x4 de refrão fácil, quando, de repente solta um cover...

Pô, mas o que estava acontecendo? O Consciencia Suburbana nunca tocou um cover na vida...?

Nesta hora, vejo quase uma dezena de fiscais na platéia (bandas do festival presentes). E eles me olhando pra saber se eu estava atenta ao repertório.
Putz, que vacilo... Parecia azar, mesmo.
No final do show, um puxão de orelha na banda, em frente à fiscalização presente. Por ser um erro inédito do Consciência, deixamos todos, em comum acordo, a advertência.

É PROIBIDO EXECUTAR COVERS OU VERSÕES DURANTE TODO O FESTIVAL DO III BH INDIE MUSIC


QUINTA-FEIRA NO MATRIZ

Na quinta-feira recebemos mais uma banda de fora - Projeto da Mata de São Paulo.

Até às 22 horas, temos meia-entrada e cortesias liberadas. Mas o interesse das bandas locais, inseridas no festival, parece ser nulo.

Mais alarmante ainda, é o fato das bandas daqui que vão se apresentar, não se darem ao trabalho nem de divulgar o show. Nem mãe, nem namorada, nem vizinho, nem papagaio. São eles, os instrumentos e aquela cara insatisfatória de espera em fila de hospital que me mata.

Milena Torres iria abrir o show, mais um atraso descompensa a programação. Por esta ocorrência, o show dela foi colocado por último na noite e nem foi realizado, ao final.

A banda paulistana traz um palco minucioso de montar. Muitas percussões e vozes. Eles abrem a noite.


E abrimos a segunda semana do III BH Indie Music no Matriz com o samba-fusion do Projeto da Mata.

Os caras beberam na fonte do samba malandro. Ouviram e rasgaram LP's de Chico Buarque. Tem um rítmo paulistano e ginga urbana - dança miúda.

Samba rock? Samba funk? Samba bossa? É música indie brasileira.

A platéia ainda não entendia direito se Projeto da Mata era a banda nordestina. A misturinha brasileira entrava em harmonia. O liquidificador cultural estava ligado.

E palmas ao Edmundo que colocou o som, dentro dos nossos ouvidos num preparo de mesa, zeloso como quem ama o que faz-se ouvir.

A segunda banda seria Blinders. As bandas de fora merecem e terão o público atento, sempre. São o recheio do sanduíche, como venho dizendo à elas. E são, também, nossa atenção especial, por mérito em construirem conosco este festival nacional jamais criado na história da música independente e quiçá, brasileira.


Blinders apresenta seu repertório no Matriz. E mais uma vez, a pergunta:
- Eles vieram do Rio Grande do Norte, mesmo?

Parecia inacreditável que o festival tinha crescido tanto em tão pouco tempo.
Mais que isso, a banda nordestina cantando em inglês era um conflito óbvio quando a banda paulistana cantava o popular. Esse é o mundo da música independente. Nada se espera e tudo dela, se recebe.

A noite termina com Aldan. Esperavam há muito para subirem ao palco e só.

SEXTA-FEIRA NO MOTOROCK E NO NAFTA PUB

Começa a dobradinha das sextas-feiras.
De um lado, Motorock, na região central da cidade. Do outro lado, o Studio Nafta Pub, no Alto Barroca.

Me reservei em mais uma sexta-feira, para assumir a portaria do Motorock. No Studio Nafta, pedi para Marco Antônio, que mora próximo ao local, para me fazer valer nesta ausência.

Não pude abrir a temporada no Studio Nafta, pessoalmente. A banda Blinders encerrava sua participação no III BH Indie Music na casa e a Projeto da Mata faria seu segundo show em BH.
Chegando para o festival, estreava a banda paulistana Drama Beat, também atração do Nafta. A banda Fábrica de Boatos, de BH, estaria honrando a presença da cena local, nesta noite.

Os shows começaram muito tarde, às 23:30h e pela segunda vez, Projeto da Mata abria.


E a interação da cena independente se deu com a participação de Felipe (Blinders) no sintetizador, junto ao Projeto da Mata.

Sobe ao palco, Fábrica de Boatos.


E por comentários, que a mim chegaram, a banda fez bonito.

Levou carisma e talento pro palco, além de público para a platéia.

Então, chega a vez das meninas da Drama Beat mostrarem o rock'n'roll da Paulista.


Por último, numa decisão escolhida pela banda Blinders, eles seriam os últimos a se apresentarem. Um gesto de cordialidade com os demais companheiros indies.

Os mesmos que ficaram até o final da noite - passava das 2:30h para conhecerem o trabalho vindo de tão longe.


E fazem seu último show no III BH Indie Music.
Uma banda que merecia ter sido vista por todos que dizem amar fazer música.
Porque música se faz, ouvindo e vendo. Aprendendo e recebendo.

Valeu Blinders That Come From Your Old Town pela generosidade em compartilhar conosco o que criam de melhor.
Eles partem pra casa, já me deixando saudades da humanidade e leveza que percebi.

Lá no Motorock, eu era a porta. A portaria, a bilheteria.
Do lado de fora, ouvia as bandas que não podia ver tocar.
Hora ou outra, chegava para ajudar numa tomada com mal contato, ou para regular os volumes da casa.

As bandas Os Agulhas, Del Ares de Divinópolis e HideSoul de Goiânia, eram as atrações da noite.

Os ingressos continuam custando R$5,00 (meia-entrada válida para todos), mas poucas bandas locais estavam presentes.

Enquanto organizava a portaria, entram 5 garotos. Pergunto se eles vieram para o show e eles respondem que sim. Então, digo que as entradas custam R$5,00. Estava cobrando portaria da HideSoul...

Pedidas as devidas desculpas, me apresento e tá quase tudo bem, até alí.

É perceptível o incômodo de todas as bandas. O medo e a inquietação, assim que chegam ao festival. Na verdade, não só percebo, mas também entendo. Estamos vivendo num mundo business da cultura alternativa. Onde tudo se pede e nada se devolve, nem a gentileza. Festivais fantasmas, ou quando reais, nús e crús, onde as bandas independentes servem tão somente para somar números e intervalar grades dos famosos alternas - o povo trabalhado pelos selos.

Então, vejo as bandas só sacando como serão as relações dadas a cada banda participante. Como vêem que todos são iguais no festival, que não valem mais as bandas locais que as de fora e vive-versa, ficam tranqüilos, após cada estréia.

Encerramos a noite no Motorock com uma grade bem variada de estilos. O povo metal progressivo do Del Ares, o hard core crossover do HideSoul e o grunge d'Os Agulhas. E todos se ouviram bem e com prazer mútuo.

Tivemos um problema no início do Del Ares (primeira banda da noite). O Motorock tem vizinhos de muro e não fica difícil perceber pra quem está lá dentro, no meio do pau quebrando, que a cama da senhorinha que mora ao lado, sacode a cada bumbada.
O mais legal disso é que ela liga pro dono do espaço, avisando e aí a gente vai lá e resolve o problema re-volumando os amplificadores e mesa.

Feito isso, mais nenhum show é afetado com pausa. A noite se encerra em mais uma sexta-feira no Motorock.

Fecho a bilheteria e volto pra casa. Minha cabeça ainda estava no Nafta...


SÁBADO NO STONEHENGE E NO HOLLYWOOD

Esse é o dia do corre-corre. Pedi o fusca emprestado da Fernanda.
Bom, ele não estava nas melhores condições, mas foi mais que útil pra aquele final de semana que só vem terminando às 6 da manhã.

Saio de casa e vou pro Hollywood. Tenho que entregar lista de portaria e montar a grade de apresentações.

Encontrei com as meninas do Drama Beat e, já no local, a banda Contra-Capa, estreante no festival, chegava junto com a banda Velásquez, de Brasília. Eram 3 estados presentes naquela mesma noite.

Os equipamentos da casa ainda são os mais complicados dos que vimos montando nos últimos dias. Parece regra o mínimo de dois amplificadores de guitarra para a cena indie. A casa, lembrando, só tem 1.

Fomos salvos por Leo Moraes (Pato Multimídia) que, emprestando os amplificadores do seu estúdio pra Velásquez, nos cedeu os mesmos pro Festival, durante a noite. Valeu Léo.

Mais uma vez, o Projeto da Mata abriria. Fiquei por lá até que o show deles começasse.

A banda Projeto da Mata passa o som e combinamos o início em 5 minutos. Olho prum lado, olho pro outro, cadê a banda?

Eram 23:30h e eles estavam sumidos há mais de 40 minutos. Encontro com três integrantes da banda do lado de fora. Estavam preocupados com o sumisso dos colegas. Os segurei no local para que não se perdessem uns dos outros e atrasassem ainda mais os shows.

O Stonehenge me esperava e eu presa lá no Hollywood...

Enfim, chegam. Mas eles não gostaram da bronca. Não sentiam responsabilidade sobre os próximos shows serem prejudicados pelo tempo. Quando ouvi a primeira canção executada pelo grupo, aviso a todos que estava indo ao Stonehenge para começar os shows de lá e que voltaria mais tarde. Sei, horas mais tarde, que a banda tocou mais que 40 minutos de show e que as bandas Velásquez e Contra-Capa perderam 10 minutos dos seus shows, também por isso.

No Stone, os shows não haviam começado. A banda Red Run não chegara e já previa que eles iriam infringir as regras do edital, quando li um post no orkut de 6 horas antes do show, dizendo que estavam achando as passagens caras - cara de despreparo e descompromisso.
Pude, então atrasar mais um pouco a entrada da primeira banda da noite, enquanto conversava com o proprietário do Stonehenge sobre as estratégias adotadas para a divulgação do festival naquela semana.

Começa o show da banda As Horas. Anuncio para a platéia e fico por lá.
Aquela era a primeira noite que estávamos trocando todo o sistema de palco na casa e queria estar presente no local para qualquer eventualidade. O sistema antigo estava muito caro e nem nos atendia por completo. Então, já tendo a parceria integral do Studio Hum para as casas Motorock e Conservatório, faço-lhes a proposta de locação do equipamento completo (bateria, 02 amplis de guitarra e um de baixo) pelo preço que podemos pagar. E deu tudo certo. Temos todo o equipamento que as bandas precisam, agora também no Stone.

Enquanto as bandas tocam no quartinho do Stone, o público que paga, inclusive para os shows, fica ouvindo MP3 no i-phone conectado no sistema de som externo.

Alguns curiosos entram e ficam à vontade com a banda As Horas. Eu, fico na janela do aquário - do lado de fora. É que estou poupando cordas vocais e tímpanos, nos últimos dias, a fim de prevenir qualquer enxaqueca sonora que me tire a saúde nos próximos dias, porque a temporada me exige e muito. Além da voz, que precisei na última segunda-feira pra gravar uma trilha e não tinha.


As Horas estreiam no Stonehenge com tesão. E essa libido foi percebida pelo público. Do lado de fora, me perguntavam sobre a banda, da onde era, como os conhecia e, por fim, se eu intermediava as negociações com ela.

Bom meninos, expliquei o que já sabem. Pra mim, banda indie é independente até de produtor e que se quisessem seus contatos daria, sem nenhuma interferência, porque não sou nem me interessa ser produtora de bandas. Parece que vão rolar uns shows aí pra vocês em Contagem... torcemos.

À seguir, a banda Espasmos do Braço Mecânico sobe ao palco do Stonehenge.


Um ano depois me encontrava novamente com Alexandre Fukuda.
Em 2008, seu projeto se chamava Ventana e era uma banda, como explicam, muito conceitual.

Partiram pra um novo projeto, mais divertido, menos racional, mais elétrico, menos poético, mais pulsante e bem mais maluco, vide o nome.

Se é pra se começar de novo, que se comece do zero. E assim fizeram.
Do lado de fora, só acompanhava a bateria, com vida, andando pelo Stone adentro. E as cabeças batento, lá dentro na platéia e lá dentro no palco. Era mesmo uma outra banda.

Parabéns Ale e Rafael pelo recomeço de tudo.

A última banda da noite era a HideSoul. Os meninos estavam aflitos, porque viam mais gente na beira da piscina do Stone que dentro da sala herméticamente acústica.

Eu entrei lá para corrigir a mobilidade da bateria. Tinha arrumado uma corda de geladeira de isopor, cortado e amarrado as tiras que estavam atadas e tentando amarrar o banco do baterista no bumbo.

O Denysson estava com medo e impaciente com a falta de interesse do público do lado de fora, mas gente, mais vale quem tá lá dentro curtindo que quem paga pra ficar lá fora. O show é pros cabeções do forninho, no Stone.
Pedi a ele que sentasse no banco para que eu pudesse regular os nós. Ele não quis. Amarrei. Depois ele disse pra eu desamarrar porque ele não conseguiria tocar com o banco tão próximo. Então expliquei que não poderia deixar que colocassem pesos, amplificadores, caixas de cerveja em frente da bateria, porque não queria danificá-la nem arcar com qualquer mal uso dela. Disse que era praxe amarrar bateristas aos bancos e que ele ficasse tranqüilo que aquilo era gambiarra de rock'n'roll.

Ele sentou, regulei os nós e o amarrei lá. Pronto. Ele foi ficando mais tranquilo e agradeceu no final. Não tinha como ser difente quando uma bateria escorrega.


Eu beijei a todos e disse que estava voltando agora pro Hollywood e eles me olham com aquela cara de decepcionados, porque não iriam me ver de novo na platéia deles, como aconteceu no Motorock.

Galera do HideSoul, vocês são raçudos demais! Venceram a cidade natal do sertanejo, chegaram à BH, sendo os únicos a representarem Goiânia no festival, fizeram bonito e nem chegaram aos 20 anos, ainda. Parabéns pelo som de vocês, foi um prazer ter vocês conosco, este ano.

Eu voltei pro Hollywood, umas 3h e tanto. Os shows tinham acabado de terminar e as meninas do Drama Beat ainda pagavam a conta. Elas não estavam felizes ali, achei que fosse o cansaço. Me despedi delas e fui fechar a portaria daquela noite e tentar descobrir o que aconteceu na minha ausência.

O técnico do local estava nervoso e sem paciência. A culpa não era nossa, do evento, das bandas, mas do dia dele que começou às 14 horas tomando cervejinha na pracinha e, naquela altura do campeonato, só queria estar em casa. Bom, mas ele ganha para o que faz e tem o dever de servir bem para o que foi contratado. E ninguém que esteja trabalhando, num balcão, num palco, numa mesa de som, têm o direito de ficar "bebum chato" durante o trabalho - nem em festa de aniversário de sobrinho.

DOMINGO NO CONSERVATÓRIO

Bom, todo o domingo, exceto dia 11/10, estou exclusivamente no Conservatório. É a chance que tenho de curtir todas as bandas do final de semana que chegam à cidade, quando estou no corre-corre técnico.

Estava ansiosa pelo show da Drama Beat, a quem ainda não tinha tido chance de ver/ouvir e que só agregava elogios por onde passavam, nos últimos dias. Também curiosa pelo Contra-Capa, banda carioca que trazia um som diferente e pueril.

Começamos por quem tinha vôos marcados para o início da noite em Confins.


E o Contra-Capa começa a segunda semana no Conservatório.

Um trabalho que retrata explicitamente a pureza e juventude dos integrantes da banda. E a meninada carioca parece curtir Chico desde cedo. Viva o gênio Buarque! A nova música brasileira bebe e muito na sua fonte.


Depois é a vez do Espasmos do Braço Mecânico, no seu último show no Festival. Dalí, pegariam um táxi já programado com o Sr. Robson (taxista do Formiule 1), pra levá-los até Confins.

E estávamos todos para vê-los. Estavam de bem com a vida nova do rock grunge que seguiam. E escolheram estar no festival à comprar uma participação numa coletânea de bandas dum selo surdo de SP. Grana bem empregada, porque todos aqui curtimos muito vocês.


E chega a tão esperada hora... finalmente ouço Drama Beat.

Inevitável deixar de perceber a cara boba dos marmanjos quando sobe uma banda feminina de tamanho talento no palco.
- Malu, a gente devia finalizar sempre com uma banda feminina aqui na casa... - nem vou citar nomes dessa observação, claro.

Mas era sabido que era o talento que chamava a atenção, porque elas não tinha nenhuma pretensão de serem sexies. Era o som que nos chamava. A guitarra bem solada, o baixo paletado, a bateria cheia de artimanhas e contornos... e aquele som de uma américa dos 60's, 70's.
Que orgulho que tenho em ser paulistana, neste III BH Indie Music...


Então, o sexteto Velásquez sobe ao palco do Conservatório.

A banda fica pro final porque é a única que vai embora na segunda pela manhã. Mas a banda Drama Beat e a Contra-Capa estão lá atentas e prestigiando todos que se apresentaram naquele domingo.

Terminamos mais cedo a maratona do Conservatório porque tínhamos uma banda a menos naquela grade.

Ofereço uma carona no fusca que ainda estava comigo e levo as meninas Cristina, Tatiana e Daniela até o hotel em que estavam. Passei uma vergonha danada porque o fusca morria, mas consegui me despedir delas, melhor do que pude recepcioná-las.

Valeu Drama Beat e nos vemos em breve.

Nesta semana, meus agradecimentos especiais ao Gil (A Obra) que preferiu estar conosco à tirar suas merecidas férias, esta semana.
Agradecimentos, também ao Luíz (Agulhas) pelo empréstimo das ferragens ultra-novas da sua bateria para as bandas de fora nesta segunda semana no festival. Luíz, elas estão bem guardadas aqui em casa, ok?
Agradecimentos ao Marco Antônio por segurar broncas e inhe-inhe-nhens, esta semana, por minha ausência, onde não pude ser duas.
Agradecimentos ao Fernando (Motorock) por deixar seu percentual para a divisão com as bandas que estão tocando por lá estes dias. É de deixar rubro quem cobra mínimo pra abrir a casa pro festival, este ano.
Ao Léo Moraes, pela cessão das ferragens de bateria para o Hollywood.
Ao Studio HUM pelo sistema de palco do Motorock e Conservatório, e pela locação do mesmo equipamento por preço que não se encontra, no Stonehenge.
Agradecimentos ao Willian (Hollywood) por compreender minha ausência parcial neste sábado.
Ao Conservatório, pela parceria e relação com o evento. Ao Carlão (Conservatório) por abraçar o festival conosco.
Obrigada pelo empréstimo do fusca, Fernanda, porque sem ele, não sei como terminaria meu sábado e domingo.
Agradeço também à todas as bandas que chegaram esta semana com a bagagem repleta de novos sons e possibilidades criativas na música do nosso país. Ao público que as prestigiou em cada uma das 7 casas espalhadas pela cidade e às bandas presentes na platéia - isso elevou nosso festival, esta semana.


Semana a semana o festival vai tomando conta da cidade. Inevitável agora, que a imprensa se faça interessada. Estamos nos jornais, nas TV´s e rádios. E o público vem chegando. Tímido como todo bom mineiro, mas fiel porque a qualidade do que estamos apresentando nesta terceira edição do BH Indie Music, só tem agradado a todos.

Já não tenho mais noção do espaço que podemos alcançar em 2010. Respiramos e continuamos nosso trabalho...


por Malu Aires

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